A prática diz que não!

Graciela Hopstein e outros especialistas que estiveram no EncontroFilantropia, Justiça Social e Educação Ambiental”, no Seminário de 10 anos do FunBEA – ”O Brasil é um grande laboratório socioambiental”-  completa, que quando participa de avaliação de projetos, observa que são poucos recursos para a quantidade de projetos incríveis que existem no Brasil.  

Guilherme Romano, conselheiro do FunBEA, consultor na área de projetos socioambientais, fez uma análise sobre a forma de captar projetos via fundos públicos ou empresas privadas,  o que dificulta ou facilita a captação pelas organizações.

Segundo ele, os fundos públicos, às vezes, não direcionam os recursos para as agendas necessárias, no tempo necessário. A burocracia é grande demais e isso dificulta o acesso à captação de recursos pela população. “O perfil no país, analfabetismo, falta de cultura da organização, são fatores que complicam ainda mais o acesso ao recurso”.

        FunBEA mobiliza recursos do FEHIDRO enfrentando a dura burocracia do financiamento público para projetos.

Nas experiências com a iniciativa privada, Guilherme explica que trabalha na tentativa de que este recurso chegue mais perto, facilite a vida das instituições. Ele diz que dá para cumprir a legislação e usar o recurso de forma adequada. “Existem bons projetos. Hoje quem afirma o contrário talvez precise estruturar melhor os mecanismos para receber os bons projetos”. Guilherme Romano – Conselheiro FunBEA

 

A Rede de Captação de Recursos 

Fabio Deboni, mediador do encontro, ressaltou que na pandemia, as organizações da sociedade civil estão batendo recordes de mobilização e engajamento para a captação de recursos. Dados da Rede Filantropia contabilizou 17 milhões de reais doados por fundos emergenciais com editais para apoiar a sociedade civil, conseguindo fazer o repasse direto dos recursos para as organizações.

As agendas destes Fundos são diversificadas – territorial e socioambientalmente,  fundo de mulheres, equidade racial, direitos humanos, entre outros. Possuem diversos orçamentos e diversos focos. São fundos locais cujo objetivo é fortalecer as organizações da sociedade civil brasileira, e com isso, a democracia. 

Mobilização de Recursos

“A sociedade civil é a chave para pensar em qualquer sistema democrático. Devemos valorizar os saberes locais eter articulação com a comunidade entendendo as suas demandas. esta é a tendência na mobilização de recursos” alerta Graciela. 

Guilherme explica que indicadores e o cumprimento à legislação são também importantes. “Criamos um edital simples como forma de divulgação direta. Abrimos  para escrever à mão, íamos de comunidade em comunidade divulgando e ajudávamos as pessoas a escreverem os seus projetos”.  Neste modelo,  o repasse foi entre R$10 a R$50 mil reais para grupos formalizados e informais, e foi possível fazer a prestação de contas de uma forma simples e eficaz.

Outra tendência é integrar a proposta formativa em uma das etapas do Edital. “É fundamental para que o repasse financeiro seja bem utilizado. Se por um lado é importante flexibilizar, por outro, é importante seguir a regra. No processo de formação você contribui para ajudar as pessoas acessarem os recursos. finaliza Guilherme.

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