O Coletivo Educador Floresta e Mar, iniciativa liderada por jovens de Ubatuba e apoiada pelo FunBEA, uniu arte e mobilização ambiental em evento realizado em parceria com o Projeto Tamar
Em 12 de abril, a juventude do Coletivo Educador Floresta e Mar (CEFLOMAR) articulou e produziu um evento que reuniu cerca de cinquenta pessoas na sede do Projeto Tamar de Ubatuba. O encontro tinha como objetivo exibir o curta “YTY”, realizado pelo coletivo audiovisual Nativos Comunicadores, da Aldeia Rio Bonito e o filme “Cauê: A Saga Caiçara dos Protetores da Mata”, produção infanto juvenil de denúncia sobre o turismo predatório e a destruição dos ecossistemas costeiros. Também fez parte da programação uma roda de conversa com os realizadores e artistas envolvidos nos filmes, além de um coquetel de comidas tradicionais da região realizado a partir do apoio financeiro recebido por meio da Chamada Pública FunBEA pela Justiça e Educação Ambiental Climática.
O evento foi gratuito e contou com a presença de jovens, crianças, artistas, pesquisadores, educadores e ativistas ambientais. “Conseguimos falar sobre nossos objetivos e sobre o que faremos esse ano. Foi bem legal para apresentar melhor para outros jovens e também para o pessoal mais velho, que já é ativista, colocar mais confiança na gente e estar mais disposto a ajudar, conseguir mais parceiros”, conta o CEFLOMAR. O encontro contou com o apoio da Aldeia Rio Bonito, Coreto 01, Além da Rima 012, Instituto de Cultura Oceânica (ICOA), Projeto Tamar, Instituto da árvore, Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEIA), Fundação Florestal, Tamoio, Instituto Bandeira Verde e Projeto TransFormar.
O coletivo
O Coletivo Educador Floresta e Mar (CEFLOMAR) foi criado no fim de 2022 com o objetivo de incluir a pauta das juventudes do litoral paulista no VI Fórum de Educação Ambiental do Litoral Norte, realizado em agosto de 2023, em Ubatuba. Lideranças jovens, integrantes da Secretaria Municipal de Educação de Ubatuba e do movimento ambientalista da região se articularam e fundaram o coletivo que hoje conta com cerca de 90 membros. Há pouco mais de dois anos, o CEFLOMAR vem atuando ao lado de juventudes caiçaras, quilombolas, indígenas e mulheres no empoderamento e fortalecimento de movimentos socioambientais do litoral norte de São Paulo.
O objetivo do Floresta e Mar é promover a Educação e a justiça ambiental na região por meio de projetos, oficinas, visitas e vivências socioeducativas. Suas ações são orientadas pela arte, educomunicação e articulação popular a partir dos princípios da Educação Ambiental Crítica Freiriana. “Entendemos que a importância da nossa articulação se dá na oportunidade de compartilhar conhecimento e orientar a juventude a exigir as políticas públicas necessárias para seus territórios e para a preservação do meio ambiente”, manifesta o coletivo.
Desde sua fundação, já realizaram ações como o II Encontro do Coletivo Educador Floresta e Mar, o curso de mergulho no Parque Estadual da Ilha Anchieta, além do apoio a eventos culturais locais, como batalhas de rima. O CEFLOMAR também estabeleceu uma parceria com a Aldeia Rio Bonito, localizada em Ubatuba, onde acompanharam o lançamento do projeto de Turismo de Base Comunitária protagonizado pelos jovens da aldeia. O coletivo faz parte de Câmaras Técnicas como a de educação ambiental, do Conselho de Meio Ambiente e do Comitê de Bacias Hidrográficas LN. Para o futuro, o objetivo é estabelecer conexões com escolas e espaços educativos de Ubatuba, além de projetos culturais e ambientalistas da cidade e ocupar outros CTs, como o de agroecologia do CBH-LN.
O CEFLOMAR deseja que a juventude tenha acesso a ferramentas de fortalecimento de suas pautas e de enfrentamento a violências estruturais sofridas. “Há urgência em gerar renda para a juventude que deseja atuar na área socioambiental, possibilitando deslocamentos e presenças em espaços que por vezes são de difícil acesso para muitos. Temos intenção em contribuir para a formação dessa geração de ambientalistas que serão capazes de compreender as dinâmicas sociais de atravessamentos, com ferramentas e os subsídios necessários para a proteção de seu território”, finaliza o Coletivo Floresta e Mar.
