Coletivos se unem em dia de ação coletiva com agroecologia, arte e cultura
Por Marola e Vendaval – Núcleo 03 Juventude, Educom e Justiça Climática
No último sábado, dia 05 de outubro, o Território Cultural Abra de Dentro, localizado no bairro Pegorelli em Caraguatatuba estado de São Paulo, foi palco de um mutirão potente e colaborativo que reuniu diferentes coletivos da região para fortalecer práticas agroecológicas, reorganizar espaços de conhecimento e ocupar visualmente o território com arte gráfica inspirada na estética caiçara contemporânea.
Durante todo o dia, o sítio viveu um movimento de mãos na terra e trocas afetivas. Um dos principais focos da ação foi a reativação da horta agroecológica, uma iniciativa essencial para segurança alimentar frente às futuras mudanças climáticas e para a valorização de práticas sustentáveis enraizadas na sabedoria popular. Voluntários e coletivos cuidaram do solo, refizeram canteiros e trocaram conhecimentos sobre cultivo agroecológico em territórios caiçaras.
Paralelamente, outro grupo se dedicou à organização da biblioteca comunitária, espaço fundamental para o acesso à leitura, à memória coletiva e ao fortalecimento da educação popular. Com uma curadoria sensível aos saberes do território, a biblioteca começa a ganhar nova vida.

A força da arte também marcou presença. Com tinta, cola e papel, uma parede do espaço se transformou. Através da produção de lambe-lambes, a ação deu início a um processo de exposição visual do território, trazendo uma estética caiçara diversa, colorida e potente. A arte gráfica passou a dialogar com o cotidiano do sítio, refletindo os múltiplos sentidos de ser e viver na beira do mar e do mato.
E para fechar o dia com energia e celebração, o mutirão terminou ao som da DJ Nasta, que trouxe um set inteiramente tocado em vinil, com discos que embalaram o entardecer em um clima de conexão, dança e alegria.
O evento também contou com a presença de comunicadores populares do FUNBEA (Fundo Brasileiro de Educação Ambiental), que realizaram uma cobertura sensível e atenta do mutirão. Suas lentes e vozes registraram não só as atividades, mas as histórias, afetos e lutas que atravessam o cotidiano do território.

“A ideia é que o mutirão seja uma prática contínua, onde a comunidade e os coletivos possam construir juntos, de forma horizontal. O Abra de Dentro é mais que um território físico, é uma rede viva de arte, educação e agroecologia”, disse um dos voluntários do mutirão.
A ação foi construída coletivamente por diferentes frentes, em uma união entre artistas, educadores populares, agroecologistas, comunicadores e moradores da região. Mais que uma atividade pontual, o mutirão representou o fortalecimento de vínculos e o compromisso com o coletivo, o território e as culturas tradicionais, agradecemos todos os coletivos, voluntários e colaboradores presentes.

