Por Ana Patrícia Arantes

As consequências do efeito da crise climática para  jovens e crianças das escolas públicas no Brasil, se agravam ainda mais nas comunidades em áreas de risco de desastres socioambientais.  

Porém, ainda são poucas as propostas para sensibilizar e envolver educadores e educadoras,  jovens e suas comunidades em formações de educação ambiental, para atuarem sobre os fatores que geram os riscos e a vulnerabilidade destes desastres.

A urgência em se tratar do tema da educação ambiental no contexto da prevenção e redução de riscos e desastres no Brasil, aumenta diante das atuais emergências  climáticas. “O fato é que, em todas as regiões do País existem escolas em áreas de risco”, aponta  Rachel Trajber, conselheira do FunBEA e pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN).

Uma análise da produção acadêmica no Brasil sobre Educação Ambiental e redução de riscos de desastres no período entre 1981 e 2018,  encontrou um número reduzido de estudos (apenas 26). 

Embora existam esforços na Educação relativos às mudanças climáticas e à prevenção de riscos de desastres nas Universidades, nas ONGs e na Defesa Civil, os dados apontam para um universo institucional ainda bastante frágil e descoordenado.

A análise aponta para lacunas e oportunidades para a pesquisa e a atuação da Educação de Riscos e Redução de Desastres- ERRD,  mais articulada com a Educação Ambiental, particularmente no que se refere à formação, participação, comunicação e fatores geradores de risco.

Cerca de três milhões de pessoas estão nestas áreas de risco

Os dados foram levantados pela pesquisadora, por meio da sobreposição das localizações das escolas, com os dados do MEC  e os dados do CEMADEM sobre os 958 municípios monitorados em áreas de risco. Essa análise identificou 2. 438 escolas em áreas de alagamento e desmoronamento. 

No Brasil os desastres acontecem, na grande maioria, por populações mais carentes, que moram  em locais de situação de risco próximos às escolas.

“Temos que atuar com uma educação ambiental emancipadora,  que provoque o diálogo sobre a justiça socioambiental, sobre as mudanças necessárias para a comunidade e não focar apenas na aceitação e adaptação de conviver com os riscos” alerta Rachel Trajber.

Acompanhe Nossas Mídias Sociais 

Deixe um Comentário