O VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, realizado em Manaus, Amazonas, entre os dias 20 e 25 de julho de 2025, destacou-se como o maior evento da lusofonia voltado à temática socioambiental. Organizado pela Rede Lusófona de Educação Ambiental (RedeLuso), o congresso contou com a participação de aproximadamente 1,6 mil pessoas de dez países, entre representações de governos, universidades, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e comunidades tradicionais.
A cerimônia de abertura contou com a presença da Ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, que enfatizou a necessidade de cooperação entre os países para viabilizar a sustentabilidade. Em suas palavras, a ministra destacou: “Queremos educar para a sustentabilidade. Nos unimos e tornamos possível esse congresso de educação ambiental. Isso é uma demonstração de que é possível a cooperação.”
O evento teve como tema “Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver”. As discussões que ocorreram em Manaus tiveram como ponto central a COP30, Conferência do Clima da ONU que está programada para acontecer em novembro em Belém (PA).
Durante cinco dias de intensa programação, o congresso promoveu oficinas, rodas de conversa, apresentações culturais, lançamentos de livros, visitas a comunidades amazônicas e painéis com temas como justiça ambiental, educação crítica, participação social e bem viver. Um dos marcos foi o lançamento da Rede Planetária do Tratado de Educação Ambiental, iniciativa que reforça o compromisso com a transformação da relação entre a humanidade e a natureza.
O coordenador da Rede Lusófona de Educação Ambiental, Joaquim Ramos Pinto, destacou o papel do congresso como ponto de convergência entre poder público, sociedade civil, academia e lideranças comunitárias. “A presença de representantes da Amazônia e dos países da CPLP permitiu uma reflexão profunda sobre os desafios locais e globais. Países como Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Timor-Leste se comprometeram a construir suas Estratégias Nacionais de Educação Ambiental, enquanto os demais atualizarão as existentes. A meta é que, até 2027, todos estejam em plena implementação”, explicou.
Outro destaque foi o Encontro de Juventudes Lusófonas, que discutiu propostas para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). Durante o evento, mais de 8 mil escolas se mobilizaram para participar das Conferências Infantojuvenis, e um documento resultante será entregue ao presidente Lula para ser levado à COP30. O fortalecimento dos centros de educação ambiental também foi uma pauta relevante, com foco em ampliar seu papel nas políticas públicas. Além disso, foi reafirmado o compromisso de levar a educação ambiental aos documentos da COP30, com o protagonismo da CPLP.
Para o diretor do Departamento de Educação Ambiental e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marcos Sorrentino, o evento consolidou um esforço articulado de longa data. “A educação ambiental é uma resposta ética e política aos desafios do nosso tempo. Este congresso deixou frutos concretos e simbólicos. São expressões de um movimento plural e articulado, que une conhecimento, ação e afeto rumo a uma sociedade sustentável e de responsabilidade global”, afirmou Sorrentino ao mencionar o lançamento da campanha “Educação ambiental vira o jogo”, que destaca a educação ambiental como uma das soluções para a crise climática.
Além disso, os participantes do congresso elaboraram o Manifesto em Defesa do Financiamento da Educação Ambiental nos Países e Comunidades de Língua Portuguesa. Este documento surgiu a partir de diálogos sobre o financiamento para a educação ambiental, realizados pelo Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA). O manifesto reforça a urgência de garantir recursos adequados e contínuos para as iniciativas de educação ambiental, essenciais para enfrentar os desafios socioambientais frente às mudanças climáticas.
O evento foi um marco significativo para a discussão e promoção da educação ambiental na lusofonia, deixando um legado contínuo para a promoção de um futuro sustentável e responsável em nível global. O VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental não apenas fortaleceu os laços entre os países de língua portuguesa, mas também lançou as bases para um compromisso renovado com a educação ambiental como ferramenta essencial na luta contra as crises ambientais e sociais que enfrentamos.
Leia o Manifesto na íntegra aqui!
Fonte: Assessoria de Imprensa VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa e FunBEA.